segunda-feira, junho 13, 2005

Mais um dia

Não sou bem vindo
É muito simples estragar tudo que esta ao meu redor, não sei sorrir, não consigo dar atenção as coisas que considero importantes, não sei começar de novo, nunca consegui me levantar, o chão é tão cômodo mesmo com tudo passando por cima de mim pisando no meu rosto, jogando bituca de cigarro e apagando no meu braço, acostumado. Sou ignorado, o amigo de todos, distante de todos, não é agradável ter como companhia o que atrai o errado, que não sabe viver a vida que tem.
Expulso por corações, não sou de verdade, não entendo esse respirar, não vejo nada acontecer e não entendo como cheguei até aqui, arrastado, empurrado, obrigado, assim como latinhas têm seu rumo nas ruas sendo chutadas por crianças, amassadas por carros se locomovem. Distancia, tudo sempre fico tão longe de mim, tinha esperança de alguém me segurar pela mão e me levar de encontro com mudanças, isso nunca aconteceu, as horas se estendem, as garrafas vão ficando vazias na mesa, se acumulando como se isso fosse um privilégio, fitas, discos, filmes, livros, refúgios não trazem uma melhora, não sustentam uma esperança, só enganam a fome te transformando em dependente não quero fugir desse estigma destinado a mim, vão ficando cada vez mais visíveis às marcas, estão no meu rosto, no meu corpo, na minha mente, na minha alma, no meu coração, não é preciso esforço pra ver é só olhar para mim. Uma coisa difícil, uma exceção que pode acontecer e, desfrutei disso uma ou duas vezes no percurso que me trouxe até aqui, olharem para mim, todos sabem que estou aqui, o cara que tem aquele filme e aquele disco, mas ninguém sabe quem eu sou, quem olhou mais a fundo saiu triste, se machucou, isso me deixa péssimo, só faz crescer a certeza de que não sou uma boa companhia, de que meus refúgios fúteis são uma solução desesperadora, mas me fazem respirar um pouco, me tiram desse plano por uns momentos, momentos que aprecio, que me tiram um falso sorriso, sorriso sem alegria, sem perspectiva, sem ilusão, um não sorriso, um simples levantar de lábios, que me transforma e me deixa ser aceito pelos amigos, vizinhos, conhecidos e humanos!
E agora? E o daqui p’ra frente? Não sei, estou aqui, ainda, mas sinceramente não me importa o “e agora?” Tudo tende a se estender, o corpo dos humanos tem a capacidade de se adaptar a diversas situações de vida, esse é um ponto positivo aos que tem que aprender a se adaptar, já que não resta outra escolha! Sei que ninguém vai se importar, viver é mais importante, aproveitar oportunidades, fazer escolhas, construir, evoluir, mudar, o destino escolheu me deixar aqui, sozinho, sonhando como seria se fosse assim ou daquele outro jeito, ou se aquilo realmente tivesse acontecido, se tivesse dado certo, seria muito bom, seria diferente, um novo começo. Não aconteceu, não deu certo, não foi bom, não foi diferente, e um novo começo não existe, já começou há muito tempo atrás, agora, de novo o e agora, vou me preparar para quando acabar e não sei, se isso vai demorar, se vai ser doloroso, acho que não vai ser tão doloroso quanto o dia de hoje é ou o dia de amanhã vai ser, vai chegar o dia em que vou descobrir isso também, e aquele disco, aquele filme, aquela musica, não vai ter mais importância nenhuma e também vai desaparecer, o ultimo suspiro será verdadeiro, espero que seja a única coisa que não foi em vão nessa vida!

Um comentário:

Anônimo disse...

Bolinha, bolinha, bolinha, bolinha, uooo, bolinha!