quinta-feira, agosto 31, 2006

O dono da solidão

Vem chegando sem graça
Com a roupa desarrumada
No rosto abre um sorriso
Que o coração não aprovou
Como o tempo ele passa
Sem ver caminhos
Sem saber onde está indo
A solidão chegou
Tem brilho nos olhos
Não nega carinhos
Tem até vizinhos
(Eles não sabem que ele está lá)
Gosta de comer doces
De ver os passarinhos
Mas não sabe onde está indo
A solidão chegou
Sente a corrente de ar
Levantar os seus cabelos
Sem tirar a mão do bolso
Continua sem saber aonde vai
Olhando vitrines
Sendo o mundo e humano
A solidão agora tem dono
E não precisa ter um porque
Há uma luzinha em seu coração
Não ilumina calçadas
Não mostra degraus de escadas
É a única graça de seu coração
Já que agora ele está partindo
Ao encontro da solidão
Será que ele sabe onde está indo?
Não existe um caminho
As ruas não têm sentido
Só espera quem está desiludido
A solidão chegou