quarta-feira, novembro 08, 2006

Transeuntes

Parados cercando uns aos outros
Procurando no dia-a-dia algo novo
Para os manter vivos
Aglomerando-se nas esquinas e avenidas
A maioria não espera o semáforo fechar para atravessar

E pra que viver aqui?
Posso simplesmente esperar tudo acabar
Sem precisar ver o sol
Sem precisar acender a luz
As pessoas vão continuar por aí
A procurar umas as outras
Sem precisar pensar no que vêm depois

Você que decide o que acontece
Ainda está aí?
Olhando os moribundos em fila
Rumar do carnaval ao natal
Na esperança de um lugar na janela
Alegria fria de mais um final de tarde
Só mais 2 horas e tudo acaba
Por hoje

Sim
Algo transcorre nas entrelinhas
Esvaem-se em dissonantes os sorrisos
Onde um fim é a glória dos objetivos não alcançados
Não faltam lágrimas para cada dia de vida
Completam-se ciclos e rotinas

E assim
Assistem o começo de mais uma vida
Ela insiste em sair e se aglomerar também
Vai se privar de sonhos
Para cumprir horário
Até desaparecer em meio à atração principal
Onde todos se encontram para ver a mágica acontecer
O fracasso
O cansaço
O medo
A solidão

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