quarta-feira, dezembro 13, 2006

A pracinha cinza

Sentado
Ali em baixo
Naquela pracinha cinza
Pertinho de uma banquinha
À esquerda de uma arvore muito antiga
Entre duas pedras pontudas
À sombra de uma grande nuvem
Olhando a rua vazia
À tarde tomando conta da vida
As cores mudando no fim do dia
O vento rumando sem destino
Atingindo rostos nas esquinas
Levando folhas caídas
A poeira cobre toda a calçada
Movem-se em silêncio no quarteirão
Fazendo desenhos estranhos
Apagados por sapatos
Todo um esforço natural em vão
Têm copos vazios pelo chão
Lagrimas secando no banquinho
Fazendo companhia para a solidão
Dizendo sem palavras na pracinha
Que foi criada pela dor do amor
Vai sumindo sem despedidas
Como muitas outras fizeram um dia
Pensei que o tempo não passasse aqui
Não sei bem o porque
Mas tenho que ir
Ver o mundo mudar
Já no próximo quarteirão
Deixo mais uma lágrima aqui
Para que também conte uma história
De mais uma vida triste
Esquecida por todos
Que viu as cores mudarem sozinhas
Ali sentado
Na pracinha cinza

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