terça-feira, novembro 11, 2008

quinta-feira, abril 17, 2008

Pra terminar

Então... Isso termina aqui! Qualquer coisa vou estar em um boteco qualquer, afogando o que sinto em alegria temporária e ilusões inúteis... Te vejo no fundo do copo.

terça-feira, abril 01, 2008

O não viver

Não ando
Não respiro
Apenas sinto o ar encher meus pulmões
Circulando em um corpo vazio
Corpo qual o sangue a muito esfriou
Pouco a pouco desapareceu
Deixando feridas ocultas por onde passou
Clareiras em meio ao nada
Revelando a frieza pura do vazio
Não ando
Não respiro
Não falo
Deixo as palavras reprimidas
Viram ecos na imensa confusão
Poluição, suja todo o ar que você respira!
Não ando
Não respiro
Não falo
Não sinto mais...
Suas mãos
Seu suor
Seu coração
Abre em chamas um peito já partido
Decorando o que faz sentido em uma ilusão
Não andei, não falei, não senti mais...
Até chorei o que não tinha pra chorar
Onde nascem essas coisas bobas?
De onde vem?
Pensar não funciona
Sentir é inútil
O que dá impulso não me deixa mais forte
É o contrário
Desaparece no mundo atravessando estações
Deixando aqui um eu
Sem saber o que é ser
Andando por aí sem ver
Vivendo sem viver

terça-feira, janeiro 29, 2008

Alegoria


onde está a saída?
dessa prisão sem grades que nos rodeia
transformado em tormento o que poderiam ser beijos
bloqueando com o vazio abraços que não existem
deixando escuro todo um brilho sincero

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Aguardo de um destino qualquer

Olhando os olhares desviarem
Descubro os detalhes que o chão trás
Não cubro mais meu rosto
Deixo exposto o que não importa mais
Só os anos me viram definhando
Testemunharam um vazio infinito
Roubando cada fragmento da minha alegria
Rondam e anseiam por uma alma fraca e desiludida
Sem expressão ou esforço
Aliados do acaso vagam pelos arredores
Olham pra tudo o que vai me acontecer
Deixo de lado o que me espera
Cerveja e queimaduras de cigarro me trazem de volta
Mostram a sensação falsa de estar vivo
Mesmo sem nenhum motivo
Ainda espero por esse motivo
Um objetivo escasso fora do aceitável
Não me faz desejar nem sonhar
Deixa-me a mercê de um destino qualquer
Onde o grande prêmio é um sorriso
Que os anos levaram sem eu perceber

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Às vezes o título não é tão importante

Mas... Onde está aquela vontade dos iguais e desiguais de estarem livres como o ar? São poluídos pelo invisível e inevitável inimigo, eles mesmos. Apossa-se dos meus bens e afronta o que amo (ou acho que amo), mostrando a dor de estar preso em ira. Nem um olhar de piedade virá dos céus, talvez alguns feixes de luz que cegam por serem tão brilhantes e fortes, carícias oferecidas por uma natureza que hoje é suja, graças também a mim. Não sou merecedor dessas carícias, não alivia o chumbo em meu peito saber que não sou o único e sim mais um, que grita a todos, mas não move um dedo ou olha para cima, deixa ecoar a vontade, mas a reprimi por ser o inimigo.
Não vá dessa vez, já que está aqui e veio de tão longe, fique e aprecie a mutação de quem não sabe mais o que fazer, não servirá de muita coisa a mudança, ela nem vai existir, não vai ser real, vai explodir no que penso e destruir tudo o que sinto. Sou o salvador? Venho fazer o bem? Não consigo fazer nem o que posso fazer, não estou flutuando sobre pontes e viadutos com a consciência limpa por não ter feito nada de errado durante toda a vida.
Moscas mergulham no céu em minha direção, encontram também uma calçada suja, mas não é esse o alvo. Desvencilho-me delas e tento continuar a andar, retomo minha linha de raciocínio. Não existe uma linha de raciocínio! Na verdade não penso mais em nada, deixo meus olhos livres para vagar por aí, buscam algo que desejam, mas sempre escolhem o asco como principal atrativo, o tipo de coisa que faz pensar, não era essa minha intenção. Destino! Muda todo o rumo que estava traçado, já que você é o que vai acontecer, mostra! Mostra onde posso estar, até onde vai sua breve existência, se é que você existe... Abandona seu dono, cruze os braços e observe, não verá nada de absurdo nem nada de interessante, só a rotina, sempre a mesma rotina. Já tentei, fiz com que meu objetivo aparecesse, evoquei do nada o que imaginava querer e persegui, acreditando que era o melhor a fazer, que ficaria em paz, mas o que queria não era o que imaginava, nada é como imagino. Acabo por criar coisas, imagens, idéias, temores e amores e mesmo assim não são como imagino. Levo tudo de volta pro lugar de onde saíram, descubro que ainda há mais, desorganizados, empilhados, jogados em todos os cantos que não existem. Esperam por uma chance... Eu também...